Em momentos de crise é necessário que as empresas reavaliem suas condições e busquem alternativas para se adaptar e sobreviver.
O corte de custos é uma estratégia prudente e até mesmo necessária para que as empresas sobrevivam ao impacto econômico causado pela pandemia do coronavirus (COVID-19). De acordo com um levantamento da escola de negócios de Harvard, uma empresa normal tem dinheiro em caixa suficiente para sobreviver por apenas 27 dias, fazendo com que muitos negócios fechem as portas, ainda que temporariamente. Um fluxo de caixa positivo é essencial para manter a liquidez, e quando as vendas estão baixas, cortar custos pode ajudar a manter sua empresa em pé.
Nem todo mundo possui uma grande reserva de dinheiro para se manter de portas fechadas, então saber como reduzir os custos é essencial. Porém, é necessário levar em consideração que cada negócio deve ser compreendido dentro do seu contexto. Alguns segmentos são mais impactados do que outros, com um horizonte de incerteza muito maior, enquanto outros segmentos continuam a crescer.
Mas mantenha a atenção! A redução de custos sem planejamento pode colocar em risco a exposição do seu negócio, portanto é necessário pensar estrategicamente para saber o que é essencial ou não, e cortar os custos necessários para manter a presença de mercado e se preparar para a retomada pós-pandemia. Pensando nisso, separamos aqui algumas dicas para ajudar a sua empresa a reduzir os custos e manter a presença.
- Renegociação e adiamento de contas
Muitas instituições como bancos e credores estão oferecendo a opção de adiar os pagamentos de empresas impactadas pela crise do coronavírus. Confira se o seu negócio está qualificado para usufruir dessa facilidade. Alguns exemplos são:
Empréstimos e financiamento: As empresas podem entrar em contato com seus bancos e credores para certificar-se de que podem suspender os pagamentos. Você pode conseguir uma suspensão temporária ou mesmo adiar suas dívidas por até 12 meses.
Antes de adiar o pagamento é importante que as empresas entendam os termos e condições principais, como o período de adiamento, data de vencimento do pagamento, taxa de juro, entre outras alterações no contrato.
Aluguel: As empresas que alugam os espaços para seus escritórios, fábricas e depósitos podem solicitar o adiamento do pagamento aos locadores. Embora os proprietários possam se mostrar relutantes quanto a deixar os inquilinos pularem um mês ou dois (afinal, eles também estão no mercado e enfrentam a mesma crise), mas podem estar dispostos a reduzir temporariamente o valor do aluguel se um plano de pagamento for estabelecido.
Cartão de crédito: Emissores de cartão de crédito podem estar dispostos a suspender o pagamento ou eliminar os juros para ajudar as empresas a se manterem em pé. As empresas devem ligar para seus emissores para obter as informações sobre os programas existentes ou negociar seus próprios termos. Se as coisas piorarem, as empresas podem lembrar ao emissor ou banco que os termos negociados são melhores do que a falência.
Serviços e utilidades: Alguns serviços públicos e privados suspenderam as interrupções e tarifas pelo não-pagamento das contas. É compreensível que seja preferível o adiamento temporário ou um plano de renegociação de dívidas do que lidar com contas não pagas. As empresas podem entrar em contato com seus fornecedores (água, luz, gás, etc.) para saber se estão dispostos a adiar ou reduzir as contas mensais.
Fornecedores: As empresas podem negociar taxas reduzidas ou melhores preços com atacadistas, distribuidores, empresas de suprimentos de escritório e outros fornecedores. Embora essas empresas também estejam lidando com a crise, é de seu interesse ajudar outras empresas a permanecerem operando – mesmo que isso dependa de uma redução temporária da receita.
- Cortar gastos não-essenciais
Em resposta ao clima de austeridade imposto pela crise, as empresas precisam buscar formas de operar que sejam as mais precisas e concisas possíveis. Isso significa cortar todos os gastos que não são essenciais para as operações – ou até mesmo cortar os gastos essenciais. Por exemplo:
Aluguel de equipamentos: As empresas podem retornar ou renegociar pagamentos por equipamentos alugados que não estão sendo utilizados, incluindo veículos da frota. Alguns equipamentos podem não ser utilizados porque os funcionários estão trabalhando remotamente, outros podem ter sido alugados com boa intenção mas estão raramente sendo utilizados. Agora é um bom momento para que empresas suspendam o aluguel, devolvam os equipamentos ou renegociem o pagamento.
Viagens: Embora o distanciamento social já esteja impedindo a maioria das viagens de negócios, algumas empresas ainda estão colocando pessoas na estrada. Seria sensato investigar se o mesmo trabalho poderia ser feito remotamente. Caso contrário, empresas deveriam promover viagens somente para as funções mais críticas e necessárias. Além de manter os funcionários seguros, reduzir as viagens também reduz as despesas relacionadas às viagens.
Softwares: As empresas podem avaliar as suas despesas em softwares para encontrar formas de economizar dinheiro. Se um programa não é essencial para as operações da empresa não hesite em pausar ou encerrar suas contas. Muitas plataformas SaaS cobram por usuário, então as empresas também podem economizar ao remover usuários desnecessários no plano contratado.
Energia e resíduos: Não é nenhum segredo que a eficiência energética pode fazer com que sua empresa economize dinheiro. Agora talvez uma boa hora de investir em uma iluminação de LED ou em um termostato inteligente. Os sensores de presença para iluminação podem ajudar a diminuir os gastos desnecessários. Com o trabalho remoto é possível diminuir os gastos com refrigeração. A reciclagem pode ser uma forma de reduzir os gastos com resíduos.
- Reduzir despesas com a folha de pagamentos
É sempre uma infelicidade quando alguma empresa é forçada a demitir funcionários para salvar seus negócios. Isso acontece porque a folha de pagamento é geralmente a maior despesa da empresa. Mas com soluções criativas muitas empresas foram capazes de manter seus funcionários, mesmo durante a crise. Os empregadores devem sempre prezar por seus funcionários e apoiá-los da melhor forma, e aqui estão algumas ideias para isso:
Redução da carga horária: Os empregadores podem reduzir a carga horária dos funcionários ou limitar os dias de trabalho para apenas três ou quatro dias por semana e assim economizar na folha de pagamento. Embora não seja o ideal, também não é o pior dos cenários, porque os funcionários ainda recebem salários, enquanto a empresa economiza dinheiro e evita perder seus principais colaboradores.
Trabalho remoto ou home office: O trabalho remoto permite que empresas mantenham as operações, mas esse não é a única vantagem de ter funcionários trabalhando de suas casas. Isso também ajuda a economizar o dinheiro da empresa, porque funcionários custam dinheiro. Quando não estão nos escritórios, empresas podem economizar com eletricidade, limpeza, materiais, entre outros custos.
Suspender benefícios temporariamente: Empresas que contribuem para apólices de seguro ou oferecem algum benefício, como academia ou creche, podem considerar a suspensão temporária de pagamentos a benefícios até o final da pandemia. Horas extras e bônus também podem ser suspensos. Por mais que os funcionários não fiquem muito animados com isso, eles podem entender se essas medidas são tomadas para salvar seus empregos.
Reduzir pagamento: Algumas empresas estão pedindo aos funcionários em geral que aceitem reduções de salário temporárias, para que possam continuar pagando. Outras estão apenas reduzindo os salários dos executivos e gerentes, poupando aqueles que estão atuando na linha de frente. Embora não seja o ideal, a redução salarial ainda é melhor que o desemprego.
- Busque as melhores ofertas
Empresas precisam gastar dinheiro para fazer dinheiro, mas agora é hora de exercitar a simplicidade.
Também é hora de averiguar os fornecedores para identificar as oportunidades de economizar dinheiro. Algumas ideias são:
Venda online: Muitas empresas não podem ter visitas pessoais, ou mesmo que possam, muitos clientes preferem ficar em casa. Muitas formas de marketing digital são mais acessíveis do que o marketing tradicional. Isso, junto a um público cativo, significa que pode ser proveitoso que empresas considerem a possibilidade de vender online. Isso poderia reduzir os custos indiretos e de marketing, além de fornecer a receita necessária para sustentar sua empresa.
Serviços contratados: Desde plataformas de automatização de e-mails, serviços de marketing a equipes de manutenção, as empresas podem conseguir os mesmos serviços por preços melhores se pesquisarem.
Softwares: As empresas podem também pesquisar por alternativas gratuitas e de código aberto para seus softwares. Usuários casuais de Photoshop, por exemplo, podem se dar muito bem com o GIMP ou Pixlr. Os usuários do pacote Office podem fazer tudo que fazem no LibreOffice ou no Google Docs. Muitas empresas estão oferecendo períodos de avaliação estendidos, o que pode ajudar outras empresas a economizar dinheiro sem perder acesso a essas ferramentas.
Fornecedores: Desde os fornecedores de materiais de escritório aos atacadistas, sua empresa pode pesquisar entre os concorrentes podem oferecer descontos. Se deseja manter uma relação com seus fornecedores atuais, vocês podem negociar termos que supere a concorrência.
Equipamentos e suprimentos: As empresas podem comprar equipamentos usados em bom estado de conservação ou recondicionados em vez de comprar novos. Podem também buscar ofertas melhores. Por exemplo, muitos materiais de escritório podem ser encontrados em lojas de utilidades.
- Invista em marketing acessível
As empresas podem reduzir as despesas de marketing enquanto enfrentam a crise, mas isso não significa que devam reduzir o marketing. Na verdade, isso significa que as empresas precisam buscar novas formas que sejam acessíveis (ou mesmo gratuitas) para manter a presença mesmo durante a pandemia. Aqui vão algumas sugestões:
Dê prioridade ao que funciona melhor: As coisas mudaram desde o início da quarentena, então é natural que empresas revisem as estratégias de marketing com as quais estão trabalhando e priorizem esses esforços. Campanhas com uma baixa performance precisam ser deixadas de lado para maximizar a eficiência. Focar no que está funcionando é uma forma de manter um fluxo de caixa positivo mesmo durante a crise.
Esteja na mídia: Líderes empresariais podem conseguir publicidade gratuita para suas empresas oferecendo-se como fontes para jornalistas e outros trabalhadores de mídia que buscam informações privilegiadas sobre como a pandemia afeta os mercados e indústrias. Além disso, podem também contribuir com colunas para portais de notícias relevantes e usar a experiência para criar recursos gratuitos para ajudar o público a enfrentar momentos difíceis. Esse tipo de exposição não apenas ajuda as empresas a manterem a presença, mas também confere autoridade e credibilidade às marcas.
Investir em marketing barato: Marketing de mídia social e mail marketing são estratégias de marketing muito baratas e altamente eficazes. As empresas podem investir pesado em marketing através desses recursos em um momento em que todos estão em casa verificando seus e-mais e acompanhando as redes sociais. A chave do sucesso é criar conteúdo útil e com valor agregado que o público aprecie, curta e compartilhe.
Faça parcerias com outras empresas: As empresas podem se associar, consolidar parcerias e assim reduzir as despesas de marketing sem limitar a exposição. Por exemplo: pequenas empresas locais podem se unir para enviar um cartão postal ou um cupom de desconto a todos os moradores em uma determinada área de atuação. Cada empresa recebe um ponto promocional por uma fração do custo.
Participe das discussões: Líderes empresariais podem participar de grupos sociais, fóruns e outras comunidades online, fornecendo informações e dicas úteis. Em vez de apenas comercializar ativamente, podem trabalhar para se estabelecer como recursos valiosos com os quais o público pode contar. Podem também compartilhar seus desafios com as comunidades e trabalhar juntos para identificar soluções. Essa estratégia pode dar um senso de solidariedade que futuramente pode levar a novos negócios.
Doações e voluntariado: As empresas podem se voluntariar e doar dinheiro, bens ou serviços, dando assistência no combate ao impacto do coronavirus. Ainda que esse tipo de ação não deva ser feita somente como uma forma de promover uma marca, ajudar as pessoas quando elas precisam certamente ajudará a manter a visibilidade e construir confiança.
Faça seminários online: As videoconferências surgiram com força desde quando a pandemia fez com que muitos trabalhadores ficassem em casa, mas empresas também podem usar essas ferramentas para promover seminários e workshops online, entregando conteúdo de qualidade ao público. As pessoas estão entediadas e buscando novas atividades ou habilidades. Outras estão buscando informações e conselhos, seja para a vida profissional ou para o desenvolvimento pessoal. Essas ferramentas de conferências oferecem uma ótima oportunidade para que empresas entreguem valor e estejam frente a frente com a sua audiência.
Comece a planejar a recuperação: Planejar não custa nada, então as empresas que estiverem com suas despesas sobre controle podem começar a planejar as estratégias de marketing pós-pandemia. Se as empresas esperam que o mercado se recupere ou vacile, é a preparação que irá garantir o sucesso durante e após a quarentena.
Até onde cortar?
Eliminar as despesas é uma forma inteligente de manter as empresas em movimento durante a crise, mas quanto deve-se cortar? O senso comum pode dizer “o máximo possível”, principalmente porque economizar dinheiro é algo que sempre beneficiará a empresa, mesmo após a crise. Porém, as empresas precisam ter cuidado para evitar cortes excessivos e assim correr o risco de perder participação de mercado. Esse é um tipo de operação que precisa ser feito com um bisturi e não com um machado.
As projeções de fluxo de caixa podem ajudar as empresas a determinar quanto dinheiro precisam economizar e quanto está disponível para gastar. As empresas podem prever receitas por um, três, seis, doze ou mais meses e compará-las com as despesas. É uma boa ideia fazer projeções mais conservadoras e se planejar para vários cenários para que assim possa se ajustar às tendências de mercado.
Antes de cortar os custos é importante criar projeções de fluxo de caixa para identificar quais são as necessidades da sua empresa para que possa superar a crise. Isso garante que fará escolhas inteligentes para reduzir as despesas, manter a presença e se preparar para a retomada.
Encontre o apoio que a sua empresa precisa
Em tempos difíceis como esses vemos muitas empresas buscando formas de reduzir os custos e adaptando os modelos de negócios para manter as atividades. Se a sua empresa está com dificuldade de reduzir as despesas ou pagar as contas, converse com a sua instituição financeira para saber como podem te auxiliar nesse momento.
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