Educação financeira é um conceito que vai muito além do que simplesmente diminuir as despesas e cortar gastos supérfluos que comprometem a renda. De acordo com a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), entidade internacional composta por 36 países que se uniram com o intuito de comparar políticas econômicas e solucionar problemas comuns, educação financeira consiste em melhorar a compreensão sobre os produtos financeiros de modo fazer escolhas mais conscientes.
Com devida informação, formação e orientação, portanto, uma pessoa com educação financeira se torna capaz de entender os conceitos financeiros e adquire consciência a respeito das melhores ações para alcançar segurança material — seja em sua vida pessoal ou nos negócios. Infelizmente, porém, ainda são poucas as pessoas no Brasil que têm acesso à educação financeira.
A partir de dezembro de 2019, entretanto, a tendência é que isso mude, já que esta é a data limite para que todas as escolas brasileiras estejam completamente adaptadas às diretrizes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). As normas estabelecem, entre outras coisas, a inclusão de princípios da Educação Financeira em sala de aula. Desse modo, devem ser introduzidos no ensino alguns conceitos como inflação, taxas de juros, impostos e aplicações financeiras.
Com a inclusão desses temas na base curricular de ensino, aumentam as chances de que os estudantes se tornem adultos com hábitos de consumo consciente, formando uma geração mais educada em termos de economia. Além disso, levar este tipo de assunto para dentro das escolas deve impactar diretamente na organização financeira dos lares brasileiros, já que os estudantes podem agir como propagadores do conteúdo dentro de seu círculo familiar.
Educação financeira para escolas: qual a importância?
Um dos grandes desafios em incluir a Educação Financeira na base curricular está justamente no fato de que muitas escolas sofrem justamente com as contas no vermelho, um problema que está associado à má gestão de suas finanças e falta de conhecimento administrativo. Como, afinal, ensinar sobre um conceito que muitas vezes não é aplicado no dia a dia da própria escola? A resposta é bastante simples: investindo em educação financeira.
Trabalhar com educação significa lidar diretamente com o futuro das pessoas. Por isso, é essencial que o gerenciamento deste tipo de estabelecimento seja pautado no bom funcionamento de todos os setores e na sensibilidade de entender as necessidades não apenas dos alunos, mas também de toda a equipe pedagógica e demais profissionais responsáveis pela limpeza, administração e coordenação do local.
Uma administração escolar que possui Educação Financeira e está devidamente comprometida com os custos do processo educacional se torna capaz de garantir o uso correto dos recursos físicos e financeiros da instituição. Com base em uma gestão financeira eficaz e atenta aos investimentos e oportunidades, é possível cuidar do orçamento da escola e tomar decisões conscientes no que diz respeito ao capital disponível.
Investir em Educação Financeira para escolas também permite um melhor controle das despesas e recebimentos, bem como identificação de compras recorrentes, gastos desnecessários e até mesmo áreas que estão sendo negligenciadas. Além disso, com este tipo de conhecimento, é possível escolher melhor onde e quando investir, de modo a aprimorar o ensino como um todo.
Por que investir em Educação Financeira para escolas?
Planejamento Financeiro
Fazer um planejamento adequado e cuidadoso é fundamental para alcançar o sucesso em qualquer atividade e segmento, e a administração escolar não é diferente. A Educação Financeira é uma excelente aliada nesse processo, já que permite definir metas e objetivos condizentes com a realidade da escola, bem como elaborar estratégias adequadas — que possam ser incluídas no orçamento e adotadas pelos colaboradores.
Controle de fluxo de caixa e capital de giro
A Educação Financeira abrange o conhecimento sobre conceitos importantíssimos, tais como o fluxo de caixa da escola. Esta é uma ferramenta que ajuda a controlar todas as movimentações financeiras da instituição, juntamente com as contas a pagar e a receber. Desse modo, é possível avaliar o desempenho financeiro e acompanhar o orçamento idealizado.
Com os dados do fluxo de caixa, também é possível identificar qual é a quantidade de capital necessário para cobrir todos os gastos mensais da escola, de modo a manter a harmonia financeira dela.
Manutenção do patrimônio escolar
Um dos maiores aprendizados de quem investe em Educação Financeira está na importância da manutenção dos recursos disponíveis. Isso significa, entre outras coisas, se dedicar à conservação do patrimônio: as carteiras não podem estar quebradas, as paredes descascadas ou o teto caindo. Caso algum desses problemas seja identificado, é necessário que o reparo esteja previsto no orçamento e seja feito o mais rápido possível para evitar gastos maiores no futuro.
Controle de inadimplência
Escolas particulares certamente dependem do pagamento da mensalidade para sobreviver financeiramente, e saber lidar com casos de inadimplência é essencial para que o orçamento não fique comprometido. Nesse sentido, a Educação Financeira é muito útil para que o administrador das finanças escolares saiba entender o motivo pelo qual o cliente se tornou um devedor, bem como negociar formas de resolver o problema e possibilitar o pagamento da mensalidade em atraso.
Precificação do seu serviço
Outra excelente vantagem alcançada por meio da Educação Financeira está na capacidade de precificar o serviço oferecido pela escola, de maneira justa e condizente com a qualidade do trabalho. Isso vale não apenas para a mensalidade em si, mas também para os cursos extras e até mesmo oferecimento de descontos (no caso de alunos da mesma família ou de pessoas que pagam em dia, por exemplo).
Investimentos e empréstimos
Pode acontecer de a escola precisar pedir um empréstimo ou, caso queira deixar os recursos rendendo, investir em alguma aplicação financeira. Em ambos os casos, é preciso ter conhecimento para calcular a viabilidade de cada movimentação e analisar os impactos causados pelo possíveis juros e multas. Em outras palavras, a Educação Financeira evita que a escola se torne refém de um empréstimo ou invista em alguma aplicação que não seja vantajosa para sua saúde financeira.